06 julho 2015

Resenha: Cidades de papel.



“Margo sempre adorou um mistério. E, com tudo o que aconteceu depois, nunca consegui deixar de pensar que ela talvez gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um. ”

Título: Cidades de Papel
Título original: Paper Towns 
Autor: John Green
Editora: Intrínseca

Número de páginas: 368
Adaptação para o cinema: 09 de Julho de 2015.

Sinopse: "Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds da sua turma.
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita.
Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia."





Divertido e espirituoso, Cidades de Papel, é extremamente sagaz e engraçado, uma combinação perfeita: Um garoto inteligente, uma garota louca, um amor – quase – platônico, amigos hilários e companheiros, pais que pegam no pé e uma aventura pra lá de empolgante. 
É nesse ritmo que John Green introduz o leitor nesta história filosoficamente ácida. 
John Green tem um padrão, isso é inegável, mas um padrão que ainda consegue surpreender. Seus personagens sempre são muito inteligentes, nerds, tem amigos sensacionais e são apaixonados por garotas fortes. Além disso tudo, eles sempre possuem dúvidas existenciais, que para mim, é a melhor característica dos livros de John.

Cidades de Papel traz de volta a essência filosófica já vista em Quem é você, Alasca? de 
a) Desmistificação da musa perfeita e b) Compreensão de si mesmo através da busca pela compreensão do outro. Só que Quem é você, Alasca? é um livro mais denso, enquanto Cidades de Papel John Green dosou com mais comédia, pesquisa e suavidade. 
Todos os personagens têm suas personalidades bem parecidas com as de Quem é você, Alasca?. Acharia sensacional que John Green tivesse dado um nome de estado para a Margo, seria bem providencial.

O livro é divido em três partes (Os fios, A relva e O navio, três metáforas) e é um tanto impressionante a capacidade de Green de criar começos e meios mornos e arrebentar no final. Só que não exatamente o final visível, ou a última cena escrita, mas sim o que ficou fora da caixinha – fora e dentro ao mesmo tempo do papel – e que te coloca dentro do livro como você mesmo, não como uma das personagens.



O enredo demora um pouco para esquentar, não que seu começo seja ruim, mas depois do sumiço de Margo é que as coisas começam a ficar boas. A maneira como o autor conseguiu fazer pistas malucas sobre o paradeiro dela, mas que fizessem todo o sentido, e levassem-nos ao destino exato da garota foi genial. Mais um motivo para eu dizer, ele pode até seguir um padrão, mas sabe bem o que é o tal efeito surpresa.

Cidades de Papel pra mim foi o livro mais hilário do Green, ele conseguiu me envergonhar dentro dos ônibus, já que não conseguia parar de rir das loucuras desse livro. Sério, como que o cara consegue pensar em pessoas que colecionam papais noéis pretos?! Achei que esse também foi um diferencial, porque não é um livro melancólico, mas um livro para se divertir.

E o que deu um toque especial na minha opinião, foram as metáforas. Metáforas que farão alguns leitores se perguntarem se aquela detestável menina popular da sua escola não estava vivendo uma vida de papel. Metáforas que farão alguns leitores se perguntarem se eles mesmos não estão vivendo uma vida de papel. Admiro muito essa expansão do livro para a realidade, e Cidades de Papel ganhou um lugarzinho mais que especial nos meus favoritos.

"Basta lembrar que às vezes, a forma como você pensa sobre as pessoas não é a maneira como elas realmente são."


Se você ainda não leu, eu recomendo que leia, porque é um daqueles livros que quando acaba, você começa a ver o mundo com outros olhos, consegue enxergar aquilo que antes você não enxergava. 



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