“Margo sempre adorou
um mistério. E, com tudo o que aconteceu depois, nunca consegui deixar de
pensar que ela talvez gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um.
”
Título: Cidades de
Papel
Título original: Paper Towns
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de páginas:
368
Adaptação para o cinema: 09 de Julho de 2015.
Sinopse: "Em Cidades de
papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de
escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam
juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e
popular na escola e ele é só mais um dos nerds da sua turma.
Certa noite, Margo
invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e
vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança.
E ele, é claro, aceita.
Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se
inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela
madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele
dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que
o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por
ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto
mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele
pensava que conhecia."
Divertido e
espirituoso, Cidades de Papel, é extremamente sagaz e engraçado, uma combinação
perfeita: Um garoto inteligente, uma garota louca, um amor – quase – platônico,
amigos hilários e companheiros, pais que pegam no pé e uma aventura pra lá de
empolgante.
É nesse ritmo que John Green introduz o leitor nesta história
filosoficamente ácida.
John Green tem um padrão, isso é inegável, mas um padrão que
ainda consegue surpreender. Seus personagens sempre são muito inteligentes,
nerds, tem amigos sensacionais e são apaixonados por garotas fortes. Além disso tudo, eles sempre possuem dúvidas existenciais, que para
mim, é a melhor característica dos livros de John.
Cidades de Papel traz de volta a essência filosófica já vista em Quem é você, Alasca? de
a) Desmistificação da
musa perfeita e b) Compreensão de si mesmo através da busca pela compreensão do
outro. Só que Quem é você, Alasca? é um livro mais denso, enquanto Cidades de
Papel John Green dosou com mais comédia, pesquisa e suavidade.
Todos os personagens
têm suas personalidades bem parecidas com as de Quem é você,
Alasca?. Acharia sensacional que John Green tivesse dado um nome de
estado para a Margo, seria bem providencial.
O livro é divido em
três partes (Os fios, A relva e O navio, três metáforas) e é um tanto
impressionante a capacidade de Green de criar começos e meios mornos e
arrebentar no final. Só que não exatamente o final visível, ou a última cena
escrita, mas sim o que ficou fora da caixinha – fora e dentro ao mesmo tempo do
papel – e que te coloca dentro do livro como você mesmo, não como uma das
personagens.
O enredo demora um pouco para esquentar, não que seu começo
seja ruim, mas depois do sumiço de Margo é que as coisas começam a ficar boas.
A maneira como o autor conseguiu fazer pistas malucas sobre o paradeiro dela,
mas que fizessem todo o sentido, e levassem-nos ao destino exato da garota foi
genial. Mais um motivo para eu dizer, ele pode até seguir um padrão, mas sabe
bem o que é o tal efeito surpresa.
Cidades de Papel pra mim foi o livro mais
hilário do Green, ele conseguiu me envergonhar dentro dos ônibus, já que não
conseguia parar de rir das loucuras desse livro. Sério, como que o cara
consegue pensar em pessoas que colecionam papais noéis pretos?! Achei que esse também foi um diferencial, porque não é um
livro melancólico, mas um livro para se divertir.
E o que deu um toque
especial na minha opinião, foram as metáforas. Metáforas que farão alguns
leitores se perguntarem se aquela detestável menina popular da sua escola não
estava vivendo uma vida de papel. Metáforas que farão alguns leitores se
perguntarem se eles mesmos não estão vivendo uma vida de papel. Admiro muito
essa expansão do livro para a realidade, e Cidades de Papel ganhou um lugarzinho mais que especial nos meus favoritos.
"Basta
lembrar que às vezes, a forma como você pensa sobre as pessoas não é a maneira
como elas realmente são."
Se você ainda não leu, eu recomendo que leia, porque é um daqueles livros que quando acaba, você começa a ver o mundo com outros olhos, consegue enxergar aquilo que antes você não enxergava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário